
Keila Camila da Silva
Do verbo “natureza”
Eu natureza
Tu sol
Ele céu
Nós universo
Vós seres vivos
Eles totalidade
Ciclos
Nalgum lugar distraí-me entre flores
Que caiam e pairavam entre cores
Num ciclo de luzes e alvores.
Quiçá o vento soou outras estações,
Dessa vez aquecendo corações.
Brotaram sementes,
Gradativamente,
Florescendo a ti, mente.
Quando um gélido frio lhe fez dormente.
Mas sabes que o tempo é premente,
A ti faz ciclar e voltar a vida novamente.
Acaso é mergulhar delicadamente,
nessa energia frágil, sutil e intermitente.
Reviravoltas
A existência é uma semente.
Que brota incondicionalmente, no viver.
Se alastrando por aí num ciclo benevolente.
Quando da chuva branda que lhe rega gradualmente...
Minha mente é como o sol.
Confere a luz sucessivamente...
Coração é nutriente,
Envolto no que sente,
Em dias quentes.
Até chegar as frentes...
Frias, longas, consequentes.
Para testar as raízes avidamente.
Mas há de ter em ti, semente,
Toda a vida que se estende.
Dispersa pelo vento.
No silêncio do tempo.
Reciprocamente.
Germinando onde o sol te compreende.
Revoada
Se eu fosse um passarinho
Livre a voar...
Toda noite teria um ninho para voltar
Todo dia veria o sol vindo me acordar
E no escuro buscaria as estrelas até me encontrar
Poderia planar com o vento
E deixar a imensidão me abraçar
O céu e o firmamento sendo meu lugar...
entenderia muito mais do tempo
Do que o tempo que vem me tocar
Com as asas em movimento
Desfrutaria o sentido de amar.
Universos
A gota de água emanou entre as folhas.
A luz se espalhou pela fresta da janela.
Quando ergui os olhos,
a flor desabrochava tingindo a vida de aquarela,
onde as nuvens de algodão eram a tela.
O vento sussurrou outra harmonia.
Tingindo de canela um novo dia.
Essa melodia...
Tão leve, acolheu o espaço de energia.
Carélia Rayen Hidalgo López

